Com o decorrer da pandemia do Covid-19, os profissionais de saúde mencionaram que o uso de máscaras faciais é um problema no tratamento de surdos e deficientes auditivos. Há alguns meses, Ashley Lawrence, uma estudante universitária na área de educação para surdos e deficientes auditivos, criou uma máscara transparente que permite que outras pessoas vejam os lábios, facilitando a leitura labial.

  • HMCARE

Após o artigo ser publicado com os detalhes da ideia e do design, tornou-se viral e recebeu milhares de likes e partilhas. O que muitos de nós experienciamos desde que começámos a usar máscaras é que falar com pessoas quando a metade do rosto está escondido é muito difícil compreender ou até analizar as expressões faciais.

E para crianças e idosos, as máscaras são obstáculos ainda maior na comunicação. É por isso que uma equipa de profissionais da EMPA e do centro Essential Tech da EPFL desenvolveu uma máscara cirúrgica completamente feita de biomassa e criou a Startup HMCARE para a comercializar. Boas ideias sempre são bem vindas em qualquer setor.

Estas máscaras chamadas “HelloMasks” são transparentes e destinam-se a substituir as máscaras verdes ou brancas dobráveis, aquelas que geralmente os profissionais de saúde usam. No entanto, estas máscaras foram projetadas principalmente para tornar o contato entre os cuidadores e pacientes menos impessoal. O projeto começou quando Klaus Schönenberger – chefe do centro Essential Tech da EPFL – estava a trabalhar na África Ocidental durante o surto de Ebola em 2015. “E nesta fase vimos profissionais da saúde colocar fotos do seu rosto no peito para que os pacientes pudessem ver os seus rostos”,  disse Schönenberge.

“Você pode encontrar máscaras parcialmente transparentes, mas são apenas máscaras normais, com parte do tecido substituídas por plásticos transparentes”, falou Thierry Pelet, CEO da HMCARE. Explicou ainda que o plástico não é poroso e dificulta a respiração e embaça com facilidade, sendo diferente das máscaras projetadas por <strong>Ashley Lawrence </strong> que passou dois anos a estudar o polímero para esta aplicação final. Acrescentou também que é possível produzir membranas dimensionadas como o tamanho dos poros com cerca de 100 nanômetro, explicou Giuseppino Fortunato do laboratório de Membranas Biomiméticas e Têxtil que desenvolveu o produto final com outro investigador, Davide Barana. A produto final apresenta fibras extremamentes pequenas que permitem a passagem do ar, mas retêm vírus e bactérias. Fazemos questão de promover ideias inovadoras que possam ajudar a sociedade. Parabéns a todos os envolvidos.

CamoesTV/HMCARE

Começaram a ser produzidas máscaras cirúrgicas transparentes em grande escala